A síndrome de Tourette é um distúrbio neurológico herdado geneticamente e que se manifesta de duas maneiras: através de tiques corporais tais como movimentos súbitos com a cabeça, ou com todo o corpo como se tivéssemos metido o dedo na ficha, caretas esquisitas, piscar de olhos aleatório e involuntário; ou ainda de uma forma mais sonora, emitindo descontroladamente sons vocais incompreensíveis, algumas vezes na forma de grito, de grunhido, de latido, ou de riso involuntário. Nas manifestações mais radicais da doença, os afectados com Tourette soltam violentos palavrões sem que tenham a capacidade de auto-controlo. Aquilo sai-lhes e pronto.
Eu sempre achei que havia alguma coisa de errado com a malta do Norte. A sua capacidade de encastrar palavrões no meio de um discurso normal sempre me surpreendeu. Achei até que era uma arte. Não é fácil debitar facilmente um chorrilho de palavrões numa única frase e conseguir que esta continue a ter sentido. Inexplicavelmente a malta do Porto sempre o conseguiu fazer sem aparentar qualquer esforço. Só hoje é que percebi porquê.
Mas não se pense que só no Norte do país é que a malta sofre da síndrome de Tourette. É certo que lá é mais grave (muito mais grave, aliás) mas no resto de Portugal ninguém está imune à doença, havendo uma situação em particular, onde os casos mais leves revelam a doença em todo o seu esplendor: ao volante de um automóvel. A maneira mais rápida e menos onerosa de perceberem se padecem de Tourette é conduzirem um carro. E aí, meus amigos, é que nós vemos a gravidade da situação em todo o território nacional.
Nota: Em resposta às dezenas de e.mails que tenho recebido, venho confirmar que o senhor da foto é, de facto, o estreptococo do Saramago.
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