Não é fácil compreender os termos comprometido, descomprometido ou mesmo compromisso, mas o mais difícil ainda é aceitar.
A sociedade actual presta-se a relacionamentos onde por vezes espreita esse vocábulo que é capaz de provocar estragos numa coisa que pode, potencialmente, transformar-se em algo bom.
Quando a palavra compromisso bate ao de leve à porta da nossa realidade, um arrepio de pânico invade o corpo dos mais racionalistas e acaricia os mais emotivos.
Não há grande margem para dúvidas que as mulheres lhe são mais afectas, enquanto os homens, só quando encostados à parede assumem a relação. O esmagamento é a melhor forma de conseguir que o macho engula este sapo. Não é novidade para ninguém - e se for, o que raio é que andaram a fazer nos últimos tempos, são cegos ou quê – que uma relação começa com duas pessoas que gostam de conversar, sair juntas para tomar uns cafés ou jantar e quando chega a parte do pequeno almoço, cai a sombra do fantasma do compromisso.
Começam as perguntas manhosas que na maior parte das vezes levam à pergunta fatal:
- Afinal o que é que nós temos?
Alerta vermelho, liguem já para a Protecção Civil, catástrofe à vista, ela fez a pergunta!
- Bem… gosto de estar contigo, sinto-me bem quando estou ao teu lado e acho que nos damos bem em todos os aspectos. Devíamos continuar assim.
Assim, sem magoar ninguém, manda-se a bola para canto e ninguém se chateia. Tomara que as coisas fossem assim tão simples.
É claro que as mulheres não desistem facilmente, e com requintes dignos de Maquiavel, voltam à carga, agora com o 7º de Cavalaria a ajudar, quando as coisas já parecem esquecidas.
Conversação pós-coito, na altura em que o homem, satisfeito, só pensa em descansar e diz sim a quase tudo:
- Sabes, tenho medo de te estar a magoar…
- Magoar?!
- Sim, magoar! Não sei o que queres desta relação e temo que te esteja a usar. Se calhar estás à espera de uma relação mais séria mas eu não me sinto preparada para assumir seja o que for.
- Não te preocupes, já te disse (e aqui o “já te disse” é muito importante) que temos uma espécie de empatia químico/intelectual e não me magoas, a não ser quando me arranhas as costas. Gosto de estar contigo, ponto final.
O racionalismo masculino é poderoso mas há formas de dar a volta à situação. Nenhuma mulher, com as hormonas no devido lugar, deixa passar isto em branco. Tanto bate na mesma tecla que o homem se vê obrigado pela consciência pesada a tomar uma decisão.
Conversação pré-coito em que as mulheres estão mais racionais e menos sensíveis:
- Olha, acho que devíamos reflectir um pouco naquilo que aqui temos.
- Queres acabar, é isso?!
- Não é isso que eu estou a dizer, não quero é que penses que só estou contigo pelo sexo fantástico. Não me tomes por aqueles tipos que só pensam com o apêndice!
- Mas eu não penso assim. Só acho que te posso magoar, afinal eu não sou assim. Não estou habituada a estas coisas, e como tal podes pensar que te estou a usar.
Neste momento ele pensa “mas eu gosto de ser usado!” mas não o diz, uma piada nesta altura podia estragar tudo.
- Tu não me usas, o máximo que pode acontecer é que nos estejamos a usar mutuamente.
Ao olhar para a cara dela, dá-lhe a fraqueza e, com a sensação de estar a dar um tiro no pé, diz:
- Acho que devíamos assumir qualquer coisa…
Um post de Miguel de Terceleiros em exclusivo para a Razão.
A sociedade actual presta-se a relacionamentos onde por vezes espreita esse vocábulo que é capaz de provocar estragos numa coisa que pode, potencialmente, transformar-se em algo bom.
Quando a palavra compromisso bate ao de leve à porta da nossa realidade, um arrepio de pânico invade o corpo dos mais racionalistas e acaricia os mais emotivos.
Não há grande margem para dúvidas que as mulheres lhe são mais afectas, enquanto os homens, só quando encostados à parede assumem a relação. O esmagamento é a melhor forma de conseguir que o macho engula este sapo. Não é novidade para ninguém - e se for, o que raio é que andaram a fazer nos últimos tempos, são cegos ou quê – que uma relação começa com duas pessoas que gostam de conversar, sair juntas para tomar uns cafés ou jantar e quando chega a parte do pequeno almoço, cai a sombra do fantasma do compromisso.
Começam as perguntas manhosas que na maior parte das vezes levam à pergunta fatal:
- Afinal o que é que nós temos?
Alerta vermelho, liguem já para a Protecção Civil, catástrofe à vista, ela fez a pergunta!
- Bem… gosto de estar contigo, sinto-me bem quando estou ao teu lado e acho que nos damos bem em todos os aspectos. Devíamos continuar assim.
Assim, sem magoar ninguém, manda-se a bola para canto e ninguém se chateia. Tomara que as coisas fossem assim tão simples.
É claro que as mulheres não desistem facilmente, e com requintes dignos de Maquiavel, voltam à carga, agora com o 7º de Cavalaria a ajudar, quando as coisas já parecem esquecidas.
Conversação pós-coito, na altura em que o homem, satisfeito, só pensa em descansar e diz sim a quase tudo:
- Sabes, tenho medo de te estar a magoar…
- Magoar?!
- Sim, magoar! Não sei o que queres desta relação e temo que te esteja a usar. Se calhar estás à espera de uma relação mais séria mas eu não me sinto preparada para assumir seja o que for.
- Não te preocupes, já te disse (e aqui o “já te disse” é muito importante) que temos uma espécie de empatia químico/intelectual e não me magoas, a não ser quando me arranhas as costas. Gosto de estar contigo, ponto final.
O racionalismo masculino é poderoso mas há formas de dar a volta à situação. Nenhuma mulher, com as hormonas no devido lugar, deixa passar isto em branco. Tanto bate na mesma tecla que o homem se vê obrigado pela consciência pesada a tomar uma decisão.
Conversação pré-coito em que as mulheres estão mais racionais e menos sensíveis:
- Olha, acho que devíamos reflectir um pouco naquilo que aqui temos.
- Queres acabar, é isso?!
- Não é isso que eu estou a dizer, não quero é que penses que só estou contigo pelo sexo fantástico. Não me tomes por aqueles tipos que só pensam com o apêndice!
- Mas eu não penso assim. Só acho que te posso magoar, afinal eu não sou assim. Não estou habituada a estas coisas, e como tal podes pensar que te estou a usar.
Neste momento ele pensa “mas eu gosto de ser usado!” mas não o diz, uma piada nesta altura podia estragar tudo.
- Tu não me usas, o máximo que pode acontecer é que nos estejamos a usar mutuamente.
Ao olhar para a cara dela, dá-lhe a fraqueza e, com a sensação de estar a dar um tiro no pé, diz:
- Acho que devíamos assumir qualquer coisa…
Um post de Miguel de Terceleiros em exclusivo para a Razão.
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