A superfíce do nosso país tem um problema. Não sei se é de lhe puxarmos muito o brilho ou, pelo contrário, se é de não a lavarmos com a frequência necessária para evitarmos que se engordure. O que é um facto é que temos um problema na superfície. É pouco aderente. Escorrega. Desliza.
Olhamos diariamente à nossa volta e vemos o efeito nefasto que a superfície deslizante tem no nosso país. É só malta a deslizar. E alguns deslizam tanto que já desenvolveram um estilo próprio. Parece patinagem artística. Por vezes só me apetece gritar “acht kommer sechs, acht kommer vier, sieben kommer drei” dependendo das figuras de estilo dos artistas que se atravessam à minha frente a deslizar. O que me preocupa é que as pessoas já não reparam na pouca aderência da superfície. Já ninguém está com pachorra de lhe chegar com uma esfregona atestada de detergente. Já toda a gente acha isto normal.
Olha-se para o lado e lá vem o Carlos Cruz a deslizar que nem um maluco com uma data de criancinhas atrás dele. Olha-se para o outro e vê-se o Albarran a deslizar agarrado ao Carlucci a tentar fazer um pião vertical. Volta-se a olhar e já lá vem Guedes a deslizar por entre os sobreiros; olha-se de novo e aparece o Campos & Cunha em valente slide abrutalhado por cima do orçamento do Estado. Bolas…
Será que se atirarmos areia esta malta não pára de deslizar? Nem que seja para os olhos…
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