Quando os brancos começaram a explorar o Oeste norte-americano e tiveram os primeiros contactos com as culturas das tribos índias acharam piada ao facto dos seus nomes invocarem sempre um elemento da natureza que, acreditavam os índios, transpareciam na personalidade do indivíduo que o ostentava. Cavalo Louco, Touro Sentado, Nuvem Vermelha, Bisonte Estafado, Alce Alucinado, eram nomes vulgares entre os índios.
Cem anos depois, no mesmo país, a comunidade italiana ligada a negócios menos lícitos começou a usar uma nomenclatura muito semelhante, que destacava uma característica física, uma característica emocional predominante, ou ainda uma façanha levada a cabo pelo indivíduo. Surgem então «Baby Face» Nelson; Vinnie «The Butcher» Gretti; Paulie «The Clown» Pizzi; Angie «Cocksucker» Freschi; Lou «The Ripper» Cicci; Ricco «The Bat» Rossi; Dino «The Limp» Itti; e muitos outros. O fenómeno ainda dura até aos dias de hoje.
Lembrei-me disto porque tenho imensa dificuldade em memorizar os nomes dos nossos políticos. Seja porque são criaturas sem o mínimo de relevância, seja porque as suas carreiras têm laivos de mercenarismo, aparecendo e desaparecendo tão rapidamente da vida política que se torna difícil associar o nome ao homem. Talvez utilizando o método dos mafiosos (que até nem vem nada a despropósito) se consiga ter uma noção mais clara de quem é quem.
José «Equivocado» Sócrates
Marques «Matraquilho» Mendes
Paulo «Arrefinfa-me» Portas
Jerónimo «Sem Palavras» de Sousa
Vitor «Bocas» Constâncio
Durão «Chernobyl» Barroso
Bagão «Mangas de Alpaca» Félix
Manuela Ferreira «Collants de Ferro» Leite
Santana «Kreutzfeld Jacobs» Lopes
Freitas «Ambidextro» do Amaral
Campos «Dois Ordenados» e Cunha
Mariano «O Gago» Gago
Jorge «The Clown» Coelho
Manuel Maria «O Bárbaro» Carrilho
Manuel «Ainda aí Estás?» Monteiro
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