Há uns tempos li não sei onde que a duração média de vida de um blog é de quatro meses. Na altura tinha acabado de criar a Razão e achei que ia postar até ao infinito. Não ia ser apanhado por uma estatística, de certezinha absoluta! E então a coisa começou a acontecer: comecei a sentir uma compulsão danada por “postar”, apetecia-me postar em todo o lado e ficava furioso quando não o conseguia fazer. Violento até. Quando não conseguia postar ia para as ruelas da Cova da Moura para andar à porrada. Era a única coisa que me aliviava a tensão de não poder postar quando me apetecia. Ainda fui parar à choldra umas boas vezes, e acabei por levar com tubos na cabeça, mas era algo que eu estava disposto a aguentar. Depois a malta começou a sair lá de casa. Primeiro a empregada, que se despediu alegando que eu passava o dia a gritar com o computador. Depois a minha irmã, que arranjou a desculpa que se ia casar e bazou, não sem antes me ter dito que só casava mais cedo para sair dali rapidamente porque já não tinha pachorra para me aturar. No mês passado foram os meus pais, depois de eu ter enfiado a cabeça do meu pai na pia mais próxima durante uma discussão sobre a Razão da Mediocridade. Decidiram ir viver para Espanha, os javardolas, como se alguém pudesse ir viver para aquele país de lolitas e cornudos! Finalmente a minha namorada, a semana passada, decidiu que eu me estava a tornar maníaco-depressivo, e que para isso já lhe bastavam os seus pacientes do estágio no Júlio de Matos. Bazou (com a minha colecção de CD’s). A coisa começou mesmo a raiar o absurdo quando os meus amigos deixaram de aparecer, de telefonar, ou de me convidar para sair. Olhei para o calendário e percebi tudo. Estava a atingir os 4 meses de blog, numa casa vazia, decorada de roupa pendurada por todo o lado, caixas com pizzas que já tinham vida própria, e latas de cervejas vazias. Compreendi então a razão daquela estatística estúpida: o blog é um tirano que toma conta da nossa vida ao ponto de já não termos vida, ou pelo menos de nos assemelharmos a amibas despreocupadas com o ecossistema. Por isso mesmo escrevo hoje, 4 meses e 2 dias depois de ter postado pela primeira vez, a minha última Razão. Já contrariei a estatística por 48 horas e agora vou arranjar uma vida. Bem hajam!
sexta-feira, abril 01, 2005
Razão Final
Há uns tempos li não sei onde que a duração média de vida de um blog é de quatro meses. Na altura tinha acabado de criar a Razão e achei que ia postar até ao infinito. Não ia ser apanhado por uma estatística, de certezinha absoluta! E então a coisa começou a acontecer: comecei a sentir uma compulsão danada por “postar”, apetecia-me postar em todo o lado e ficava furioso quando não o conseguia fazer. Violento até. Quando não conseguia postar ia para as ruelas da Cova da Moura para andar à porrada. Era a única coisa que me aliviava a tensão de não poder postar quando me apetecia. Ainda fui parar à choldra umas boas vezes, e acabei por levar com tubos na cabeça, mas era algo que eu estava disposto a aguentar. Depois a malta começou a sair lá de casa. Primeiro a empregada, que se despediu alegando que eu passava o dia a gritar com o computador. Depois a minha irmã, que arranjou a desculpa que se ia casar e bazou, não sem antes me ter dito que só casava mais cedo para sair dali rapidamente porque já não tinha pachorra para me aturar. No mês passado foram os meus pais, depois de eu ter enfiado a cabeça do meu pai na pia mais próxima durante uma discussão sobre a Razão da Mediocridade. Decidiram ir viver para Espanha, os javardolas, como se alguém pudesse ir viver para aquele país de lolitas e cornudos! Finalmente a minha namorada, a semana passada, decidiu que eu me estava a tornar maníaco-depressivo, e que para isso já lhe bastavam os seus pacientes do estágio no Júlio de Matos. Bazou (com a minha colecção de CD’s). A coisa começou mesmo a raiar o absurdo quando os meus amigos deixaram de aparecer, de telefonar, ou de me convidar para sair. Olhei para o calendário e percebi tudo. Estava a atingir os 4 meses de blog, numa casa vazia, decorada de roupa pendurada por todo o lado, caixas com pizzas que já tinham vida própria, e latas de cervejas vazias. Compreendi então a razão daquela estatística estúpida: o blog é um tirano que toma conta da nossa vida ao ponto de já não termos vida, ou pelo menos de nos assemelharmos a amibas despreocupadas com o ecossistema. Por isso mesmo escrevo hoje, 4 meses e 2 dias depois de ter postado pela primeira vez, a minha última Razão. Já contrariei a estatística por 48 horas e agora vou arranjar uma vida. Bem hajam!
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