quarta-feira, abril 06, 2005

A Razão dos Farmacêuticos

farmaceuticos
Os italianos têm a Camorra; os japoneses têm a Yakuza; os russos tem as suas Máfias; os chineses, as suas Tríades; os espanhóis, a Opus Dei; e os portugueses têm os farmacêuticos, esses balconistas que lidam com drogas e que controlam a saúde em Portugal. Qualquer negócio que consista na venda de drogas e consiga parecer legítima só pode ser gerida por seres perversamente inteligentes. Os farmacêuticos nacionais decidem quem pode entrar no negócio, quem pode expandir o negócio, quais os laboratórios que terão um bom ano de negócios, que médicos farão uma viagem de “trabalho” ao próximo paraíso tropical, e que saúde terão os portugueses este ano, com ou sem genéricos. Tudo isto sem um resquício de concorrência, e com o aval do Estado. Perto deles a Opus Dei é uma brincadeira de meninos endinheirados com uma estranha fixação em peúgas roxas.
Quantos escândalos envolvendo médicos são conhecidos? Alguns, porque a Ordem é forte. Quantos escândalos se conhecem envolvendo laboratórios? Muitos, mas mesmo muitos, porque a desordem é grande. E quantos escândalos se conhecem envolvendo farmacêuticos? Nenhum. Não é estranho?
Eu tenho uma teoria quanto a esta coisa dos escândalos: quando há dinheiro para todos é altamente improvável que surjam escândalos. Há uns tempos escrevi que a profissão com mais futuro em Portugal era a Agricultura, pois bem, a profissão com mais presente é a farmacêutica. Literalmente.

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