Esta razão vem um bocadinho fora de prazo, mas ainda assim não deixa de ser uma boa razão. Passei a última semana a ouvir falar do conclave dos cardeais do Vaticano sem saber exactamente o que o termo significava. Isto até um amigo italiano me ter explicado a razão do conclave, que vou generosamente, à boa maneira cristã, partilhar convosco.
Há alguns séculos atrás a sucessão do Papa não resultava de um comité de cardeais esclerosados a resvalar para um caixão. Não... o Papa era designado pela nobreza. Os nobres é que decidiam quem ia passear no papamóvel. Como a corrupção era mais que muita, e os reis eram obrigados a pagar uma pipa de massa ao seu candidato (um bocadinho à semelhança do financiamento das campanhas eleitorais hoje em dia), a nobreza decidiu que já não estava para dar de mamar a meninos e decretou que o próximo Papa seria designado pelos seus pares. Os cardeais teriam que chegar a acordo e eleger um deles para gerir os destinos de todas as alminhas perdidas deste mundo. E assim foi: os cardeais deliberaram, deliberaram, deliberaram... e os meses foram passando. Seis meses depois ainda estavam os gajos a deliberar. A nobreza, que já estava farta da inépcia natural da Igreja em tomar decisões por conta própria, decidiu então acelerar o processo. Para fazer com que os cardeais tomassem uma decisão rápida fechou-os à chave na Capela Sistina e deixou-os por lá a pão e vinho até que tomassem a sua decisão. Milagre dos milagres, quiçá iluminados pela Divina Providência, os cardeais conseguiram, em 48 horas, chegar à conclusão de quem seria o próximo Papa. Estava criado o conclave.
Segundo o Bufas, eu fui enganado pelo italiano, e isto é tudo uma grandessissima e vergonhosa mentira.
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